24 de agosto de 2018

CAVALEIRO APAIXONADO


Imagem: J'ad' OR


CAVALEIRO APAIXONADO 


Bordei com fios de ouro o teu bolero,
E vi o que tu tinhas de beldade,
Brilharam as estrelas, fiz-me Homero,
Quis partilhar contigo a f’licidade.

Esculpi o teu rosto com esmero,
Com vínculos de eterna mocidade,
Para provar amor que a ti eu quero,
Como só quer quem ama de verdade.

Dei ventos ao meu vento de ventura,
Ao construir castelos na longura
Com ameias ornadas de luar.

Quis ser o teu herói nesta jornada,
Para esquecer que ao fim eu não sou nada,
Se a minha linda dama não me amar.

Abílio Ferradeira de Brito

16 de agosto de 2018

A ARTE


Pintura – Open Art 


A ARTE


A arte mistura-se em paleta
E pincela-se em tela;
Nasce a obra, a aguarela
Que se inventa no seio do artista
E se cresce nas cores da vista.

Pelo sensorial consciente
Se deleitam cores da natureza,
Que amanhecem em tela,
Quais são a aurora de uma arte.

Cravos, papoilas, lírios… uno momento,
Um campo de fogo e delírios de alma;
Amarelos, vermelhos, verdes, violetas
E outros demais. Ah, quantas letras
A soletrar em fogo-de-artifício
À vida, quão belo oficio!

Unem-se os trovadores,
Os poetas, os artistas, os pintores…
Na paleta do pensamento
E se cresce em pincel o desejo…
Poesia, musica, pintura… o realejo;

As expressões de real beleza,
Quais são a alma de um artista
E o brasão de culturas,
A ARTE, mestre suprema.

© RÓ MAR

6 de agosto de 2018

MINHA QUERIDA


Óleo de Patrícia Vidal


MINHA QUERIDA


Quando era adolescente tinha dentro do peito
Um grade barco sem leme perdido na bruma,
Para a busca de um lugar mais lindo e perfeito
Como as praias beijadas por beijos de espuma!

Depois de muito procurar, lá consegui encontrar 
E guardar na minha alma o meu porto de abrigo
Onde descobri, nas horas mais calmas do mar,
O meu amor, que lá aportou e ficou comigo!

Sobre seu cabelo, tinha algas e os olhos a brilhar;
Suas mãos traziam conchas, lindas para me dar!
Com carinho logo as guardei na embarcação.

De mão dada, fomos pela areia branca da praia
Ouvindo o marujar, até nos abraçarmos no chão!
No barco ficou uma vela de pedaços da sua saia!

Alfredo Costa Pereira