QUALQUER COUSA
QUE TEM REAL PALADAR
Verdes e ouros de essência tal, frutada,
Passeiam pincéis principados de vida;
Os que sabem decore os refinados
Gostos, tela que luz ventos alados.
Ledes campos dourados que bordam
Certas travessas, mesas de finesse,
Engravidam os lábios dos que as olham;
Tal é o talento, o coração não esquece!
Fermentados pasteis que certo artista
Degustou em clave sol e veem-se à vista
Desarmada, transpõem outro outono!
Qualquer cousa que tem real paladar,
Frutas da época, ou não, são os tons de amar;
Só a arte consagra e lhe concede o trono.
© RÓ MAR